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ATP aposta em potencial de exportação de grãos para Ásia via Canal do Panamá

Presidente da associação integrará as diretorias das câmaras de comércio Brasil-Panamá e Brasil-China. Murillo Barbosa cita possibilidade de aproveitamento de eclusas antigas do Canal do Panamá para passagem de graneleiros com produtos brasileiros.

O diretor-presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Murillo Barbosa, integrará as diretorias das câmaras de investimento e comércio BrasilPanamá e Brasil-China para o biênio 2021-2022. O nome de Barbosa foi aprovado, na última semana, em assembleia com representantes das 28 empresas

brasileiras e internacionais que compõem a ATP. A associação estuda o potencial de aproveitamento do Canal do Panamá para escoamento dos grãos com destino à Ásia.

Os principais destinos vislumbrados para os produtos brasileiros são países como China, Japão e Coreia. Segundo Barbosa, a associação vem buscando, nos últimos anos, uma aproximação com as câmaras. Ele contou que a ATP vem participando de fóruns internacionais no Panamá a fim de acompanhar as principais

discussões e oportunidades comerciais para as cargas que passam pelos terminais de uso privado (TUPs) brasileiros.
“Pode ser que tenhamos uma vantagem competitiva para os navios do Arco Norte, de Itaqui (MA) a Barcarena e Vila do Conde (PA) e que saírem pela Barra Norte”, projetou Barbosa em entrevista à Portos e Navios. Com a logística pelo canal, a associação estima que possa haver ganhos de alguns dias em relação ao tráfego marítimo hoje utilizado para a China e muitos dias em relação às atuais rotas para o Japão. Ele citou que, anos atrás, os japoneses já importaram grandes volumes do milho brasileiro. A carga, que tem uma margem menor para os exportadores nacionais, em comparação com a soja, pode ser impulsionada se houver uma redução no custo logístico.

A administração do Canal Panamá construiu novas eclusas para passagem de navios new panamax. O presidente da ATP estima que porta-contêineres e naviostanques representam 90% do movimento do canal atualmente. Barbosa observa que o Canal do Panamá ainda é muito demandado e que as eclusas antigas tendem a ficar ociosas. “90% da movimentação de grãos no mundo hoje é feita por navios panamax. Eclusas antigas podem vir a ser usadas por esses navios”, avaliou Barbosa. Ele disse que não é de hoje que essa possibilidade de escoamento de grãos é ventilada, inclusive por dirigentes do Canal do Panamá em fóruns realizados no país nos últimos anos.

“Consideramos muito relevante a participação em entidades que fomentam parcerias e projetos conjuntos com países tão importantes. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o Panamá oferece uma opção de rota logística que pode facilitar a exportação de cargas que saem pelos portos, em especial da região norte brasileira”, disse o diretor-presidente da ATP.

Barbosa destacou que a ideia é participar em fóruns de discussão, eventos promovidos pelas Câmaras, além da troca de experiências entre os países. “O setor portuário brasileiro é robusto e possui uma carteira de investimentos da ordem de R$ 43 bilhões nos últimos oito anos. Para nós, é muito importante participar de fóruns estratégicos que possam apoiar o desenvolvimento do setor no Brasil e no mundo”, afirmou.

 

Fonte: Portos e Navios

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