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Expansão ferroviária ampliará capacidade e trará melhorias de acessos a portos, projeta ANTF

Para transportadores de cargas por ferrovias, novas conexões e ampliações reduzirão gargalos hoje vivenciados nos principais portos do país.

A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) prevê um aumento e diversificação da carga transportada por trilhos até os portos. A associação destaca que todos os investimentos projetados para o setor, nos próximos anos, preveem a ampliação de capacidade da malha atual, com aumento de carga e previsão de investimentos nos acessos aos portos. A percepção da ANTF é que está havendo alinhamento dentro do programa de renovação, com projetos alinhados com processos ferroviários. A entidade também projeta um incremento gradual do transporte de contêineres por ferrovia.

“Todos os portos têm possibilidade de melhorias, como reorganização de pátios, retroáreas e a construção de pêras ferroviárias. Alguns mais, outros menos”, comentou o diretor-executivo da ANTF, Fernando Simões Paes à Portos e Navios. Ele salientou que parte investimentos é destinada a melhorias fora da malha, dentro do porto organizado. No caso do Porto de Santos, a avaliação é que os planos de zoneamento e a clusterização das cargas apontam para a adequação da capacidade da ferrovia dentro do porto e das ferrovias que chegam até ele.

Os operadores acreditam que, após muitos anos tentando trabalhar a carteira de projetos, o cenário atual é mais favorável para a expansão da malha. Paes lembrou que a renovação da Malha Paulista só ocorreu em março de 2020. Na época, havia expectativa que alguns projetos fossem renovados naquele mesmo ano. “Quando o programa de renovações foi lançado em 2015, ninguém imaginava que fosse demorar cinco anos”, contou Paes.

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O diretor-executivo da ANTF considera que o setor tem projetos bilionários com capacidade de mudar radicalmente a matriz de transportes, mas que precisam de alinhamento com os planejamentos portuários para evitar gargalos na ponta. Entre os principais projetos na agenda do setor estão a concessão do tramo central Norte Sul; dois investimentos cruzados da Vale — Renovação Vitória-Minas (EFVM), no Sudeste, e a Estrada de Ferro Carajás (EFC), no Maranhão; a FICO — Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (trecho entre Mato Grosso e a ferrovia Norte Sul), MRS e FCA.

No Sudeste, destaque para as renovações da Malha Paulista (Rumo) e do sistema operado pela MRS. A Rumo vai mais que dobrar capacidade, passando de 35 para 75 milhões toneladas. O projeto da Malha Paulista prevê a duplicação de alguns trechos e o aumento da tamanho das composições que vêm de Rondonópolis, no sul mato grossense, até São Paulo. Já a MRS vai aumentar a capacidade de transporte de carga geral por ferrovia, com ampliação de pátios.

Os projetos da Vale aguardam deliberação do Tribunal de Contas da União (TCU). O sistema operado pela MRS passou por audiência pública e a expectativa é que ele seja enviado ao TCU ainda este ano. A FCA não passou por audiência pública. O governo também tem manifestado a possibilidade prorrogação da Malha Sul, que deve ser qualificada no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

A ANTF entende que os gargalos históricos da infraestrutura do país são oportunidade para explorar a multimodalidade. Paes identifica exemplos de complementaridade e de concorrência entre modais em alguns pontos, o que considera saudável, desde que sem práticas predatórias. “Antes de pensar em competição, temos deficiência grande de infraestrutura. Existe espaço para todo mundo. Falta principalmente transporte de longa distância. Dá para explorar na multimodalidade”, analisou Paes.

Fonte: Portos e Navios

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