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Com demanda em alta, exportações de suco de laranja crescem 18%

As exportações de suco de laranja pelo Porto de Santos – que responde pela quase totalidade dos embarques do produto nacional – cresceram 18% nos nove primeiros meses da safra 2019-2020. Ao todo, foram embarcadas 861.700 toneladas entre julho do ano passado e março deste ano. Já no mesmo período da safra anterior, o total embarcado foi de 732.048 toneladas. O bom resultado reflete a maior procura de consumidores por vitamina C, durante a pandemia do coronavírus, mas também é reflexo de uma base ruim comparativa, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

Segundo o diretor-executivo da entidade, Ibiapaba Netto, é preciso ter cautela na análise das exportações de suco de laranja. Isto porque a safra anterior teve um desempenho muito ruim. “Quando observamos o volume exportado no período, ele equivale ao desempenho de dois anos atrás, ou seja, da safra 2017-2018, que foi um bom ano, mas ainda abaixo dos melhores índices observados entre as safras 2003-2004 e 2006-2007, entre outras”.

Por outro lado, segundo o executivo, houve uma corrida aos supermercados em busca de suco de laranja. “Parte do aumento de compra deve ser atribuída à procura de vitamina C e parte do aumento se deve à estocagem de suco na casa das pessoas”, explicou.

Apesar do bom resultado, o diretor-executivo da CitrusBR aponta que há preocupação com relação aos setores abalados pela crise do novo coronavírus. Entre eles, estão os segmentos de bares e restaurantes.

“O setor de food service é muito relevante, principalmente nos Estados Unidos, e essa queda anula parte dos ganhos que aconteceram no varejo”, explicou Netto. “Vamos acompanhar os dados e relatórios nas próximas semanas com serenidade”.

Principais mercados

Os embarques de suco de laranja ao principal destino internacional da carga, a União Europeia, totalizaram 597.242 toneladas, de julho a março. O volume está 26% acima das 472.449 toneladas exportadas na safra anterior. O faturamento somou US$ 1 bilhão, 14% a mais que em 2018-2019, quando foram arrecadados US$ 886,812 milhões.

Já os Estados Unidos importaram 138.800 toneladas, 16% a menos do que o observado entre julho de 2018 e março do ano passado, com 165.015 toneladas. Esses embarques somaram US$ 224,7 milhões, redução de 11% no comparativo com a safra anterior, quando as receitas foram de US$ 295,5 milhões. “A redução nos embarques ainda é reflexo da alta nos estoques de suco reportada nos Estados Unidos, que estão nos maiores níveis dos últimos cinco anos”, pondera o executivo.

Os embarques de suco de laranja para o Japão também registraram alta entre julho de 2019 e março de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesta temporada, já foram exportadas para o país 48.944 toneladas, um aumento de 38% ante as 35.345 toneladas da safra anterior. O faturamento cresceu 28%, com US$ 87 milhões ante os US$ 68,2 milhões.

Já a China registrou uma alta de 46% nas importações de suco de laranja brasileiro no período, chegando ao volume de 35.991 toneladas ante 24.601 na safra anterior. No entanto, a receita cresceu apenas 1% de US$ 50,2 milhões ante US$ 50,6 milhões. “Uma das explicações pode ser a desvalorização do suco ao longo desse período em comparação ao período anterior. O mercado chinês é muito suscetível a preço e faz sentido um aumento nessa conjuntura”, explicou Ibiapaba Netto.

Fonte: A Tribuna

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